Dança
Andréa Loureiro

Há quem diga que o talento inato para a dança eles herdaram dos antepassados índios e africanos. É provável. O fato é que em Cuba, tudo é movimento. A coreografia das ruas inspira grupos contemporâneos, o folclore nacional sobe nos palcos e cruza fronteiras. A escola cubana de balé ocupa lugar de destaque no panorama da dança.

A história da dança teatral em Cuba se divide em antes e depois de Alicia Alonso. Estrela de primeira grandeza do balé, Alicia abandonou a carreira no American Ballet Theater e criou, em 1948, o Ballet Alicia Alonso. Em 1959, a Companhia ganhou o apoio do governo revolucionário e passou a se chamar Ballet Nacional de Cuba, tornando-se motivo de orgulho nacional e referência no balé mundial.

Estando na órbita soviética, vários professores e coreógrafos russos vieram trabalhar na companhia, mas a sensibilidade de Alicia Alonso criou uma escola própria, com currículo adaptado às características físicas de seus bailarinos e impediu que os cubanos se tornassem cópia dos soviéticos. Assim nasceu a Escuela Cubana de Ballet que revelou ao mundo estrelas como Jorge Esquivel, Lazaro Careño, Mirta Plá, Loipa Araújo, Aurora Bosch e muitos outros.

Em Camagüey, Fernando Alonso, um dos pais da escola cubana de balé, cria uma companhia que se utiliza da base clássica para criar um repertório diversificado. No Ballet de Camagüey, clássicos e contemporâneos dividem a cena sem preconceitos.

Mas o terreno da dança em Cuba é fértil. Grupos folclóricos preservam as raízes afro-cubanas em espetáculos de grande impacto visual. Companhias modernas e contemporâneas invadem a cena com propostas ousadas e conquistam novas platéias.

Havana também é sede, a cada dois anos, de um festival internacional que reúne profissionais da dança, críticos e pesquisadores, numa constante troca de experiências.

Isso sem falar no mambo, no cha-cha-chá, na salsa, nas rumbas ...


BALLET
   DANÇA CONTEMPORÂNEA